6 de setembro de 2013

COLORIR O CÉU


Úmido o ar entra e sai pelas narinas,
Mas escondido dentro de mim está frio.
Acinzentado o dia cintila embaçado,
Vento sopra e observo a branca paisagem
Penso o todo e o tudo e fico envolvido
Fico estático, parado, será que vivo?

Vento sopra e observo branco à paisagem
Não sei se sou reflexo do retrato gélido
Não sei se o retrato é gélido por meu reflexo
Posso num ato congelar o que de bom tenho
Já não sei mais se vejo ou estou o branco
Mas já não sei se posso descongelar

Desejo muitas cores, calor e cheiros.
Nem sei se sou capaz de colorir o mundo
Ou se o mundo é capaz de me colorir
Posso ser os dois, a via dupla das mãos
Mãos que se alimentam e dão comida
Mãos que colorem e se sujam de cor.

Assim não vou ser mais o branco,
Não vou sentir mais o branco gélido
Já sinto o calor que interagem as cores
Sinto os cheiros das misturadas mãos
Quebro o estático no movimento
Me movo junto com todos os outros!