27 de setembro de 2010

ACONTECE ASSIM...


Eu vejo você, minha mente vai.
Viajando ao seu encontro
Toco em você, meu corpo sente.
Seu cheiro, seus cabelos longos.
Beijo você, seus lábios ai!!!
Teu corpo quente, eu ficando louco.
Me perco em você, seus olhos são
O porto do meu desejo insano
Eu faço assim, te pego e mais.
Sussurro bobagens, te deixo louca.
Te pego sim, e faço mais
Te domino nessa noite lua
Acontece assim, você vem e vai.
Sinto seu coração batendo forte
Você respira, sinto você.
Sua respiração fica ofegante
Segundos chegam, tempo vai.
Eternizado fica o nosso encontro
Agora assim, é só pensar.
Que chego e faço tudo de novo
Te espero aqui, só não vai achar
Que sou seu pra sempre e pronto...

22 de setembro de 2010

INSENSATEZ


"Toda convicção cai por terra ao ver o brilho dos seus olhos. Esqueço a razão, me lembro do sentimento."

14 de setembro de 2010

CONTRATO DE AMOR


Entre mil amores que penso em ter,
Prefiro entre todos, não ter nenhum.
Penso que não sou bom para amar,
De não ter este dom de se dar,
Mesmo não tendo trejeitos boêmios
Sou filho da noite, guardado pela lua.
Gosto de gente, de festas e de música.

 
A cada dia que avança, eu sinto.
Fadado a não ter só um amor...
Mas vários desamores em comum.
Pela lei dos encontros, deixamos...
E quase sempre levamos um tanto.
De alegrias, de lembranças e de dor.
E o tempo passa e a vida segue...

 
Como um isqueiro ascende e apaga.
O coração pulsa e dispara em brasa
Amores vêm e vão, sempre voltam.
Com doses duplas de honestidade,
Certa grosseria e estranha educação
Acerta vontades justas em contratos.
Com todas as emoções juntas, listadas.
E, amor é eterno até que acabe... Feliz.



4 de setembro de 2010

SAUDADE CONSOME



Sendo sol do dia
Sendo luar da noite
Ele te domina no ar
Todo desejo consome
Sedução te leva a sonhar
Pensamento do ontem
Enfim, o encontro é mar
A paixão de fogo o hoje
Amor que mata a fome
Sereia que ele atrai
Desejo que o toma
Seu olhar lhe mata
Algo que fere, que marca
Como dia é saudade
Como noite é solidão
E quando se encontram
Coração que dispara
Peito que pulsa forte
Beijo que arranca lasca
Saudade que fica longe

7 de julho de 2010

CICLO ARTÍSTICO

Os sentidos conhecem
As artes expressam
O artista sente
As emoções revelam
O sensível interpreta
O interprete sente
Os sentidos reinventam
O sentimento reescreve
O interprete cria
O criador expressa
A expressão é arte
A arte movimenta
O movimento se repete
O ciclo recomeça
Quem sente cria
O criador expressa
A expressão é arte
Que sentidos reconhecem

27 de junho de 2010

VIVER EU VIVO


Controlo meus desejos e vontades
Que atrapalham as minhas vistas
Do ponto das minhas decisões

Faço do meu trabalho uma arte
Sou união do obreiro e poeta
Pois na arte da poesia expresso dor
Como sofrer paixão expressa amor.

Sou guiado pelo espírito de Deus
Por isso que rezo e escrevo, persisto.
É simples, não choro, pois prefiro sorrir.
Celebro as alegrias que em Deus eu vivo.

LUA DOS APAIXONADOS.


Um vento passa pelo meu corpo em dia de lua-cheia.
Sinto um arrepio, que assombra...
Não sei se é saudade, ou qualquer outro sentimento,
Se for, é medo da madrugada, é tão bonita a lua que ilumina.
Que fico de peito cheio, cheio de esperança ao luar.
E, o pensamento voa com o vento, e alcança.
Faz o arrepio e sopra que balanço as pernas ao observar.
Sem saber onde parar, vejo as estrelas, e penso “ê amor danado!”.

13 de junho de 2010

DOCE SAUDADE


Acendo incenso pra tua chegada,
Me perfumo, perfumo a casa.
Abro as portas, as janelas.
As cortinas e um sorriso largo.
Sincero, varro o pó do chão,
A sujeira dos móveis, eu limpo.
Já ansioso acendo as velas
E ilumino seus caminhos
Espero, e rezo bem preparado.
Com a certeza de tua vinda.
Olho pra fora e crente, suspiro
Imperceptível demora pra fé
Te vejo também sorrindo.
Andando em passos largos,
Quando menos espero foi,
Você estava em meus braços
Em um abraço findo...
E eu, segurei o amor em pessoa.
Mal cabia de tanto sentir,
Mas senti que morria aquela
Saudade que há dias me matava.
E sentia também aquela...
Felicidade que em mim habitava.
Pelo amor que ali renascia.
Pela certeza da tua chegada.

20 de maio de 2010

LOUCOS PENSAMENTOS VÁRIOS...

Jogo no mundo, e sou jogador porque quem joga é jogador. O mundo tem riscos tão quanto a cerne de uma guerra, vivemos em constantes conflitos internos e externos, que divulgam nossa complexidade, talvez seja entre bem ou mau, talvez, somente entre algo útil ou inútil. Desta maneira analítica tudo se torna relativo, grande teoria, a da relatividade, que abre o entendimento para tantas situações. Todas as ciências contribuem para o entendimento daquilo que chamamos de real. Enfim tudo é real.
O que é mesmo ciência, e que é real?
Que fique claro, não estou discutindo filosofia epistemológica, nem mesmo conceituando substantivos.
Às vezes penso no futuro como um dejavú, uma lembrança de algo que vai acontecer, como se já estivesse acontecido. Como na letra de Renato Russo, “saudade daquilo que ainda não vivi”. Como posso ter saudades daquilo que não vivi? Saudade com um vazio imenso. Talvez seja, mas não quero pensar nesse sentimento.
A grande questão é que todos os dias eu me distraio com os meus loucos pensamentos INTERLIGADOS. Normalmente os psicopedagogos chamariam de hiperativo disperso tal loucura como a minha, mas acho que é só excesso de imaginação. Imagino todos como personagens fatídicos da vida real que podem mudar de figurino e até usar diferentes máscaras, por isso tudo é um jogo jogado, cheio de regras, e como toda peça de teatro tem um final. O teatro também é um jogo, os atores jogam demasiadamente contra a verdade, são profetas do engano.
Sempre me pergunto dialeticamente: até que ponto eles fingem para causar reações ao público, ou melhor, até que ponto as emoções encenadas pelos atores são falsas. Eu duvido que tudo seja falso, e que as alegrias e tristezas são totalmente forjadas para os vários espetáculos, eles vivem o mundo real. Os motivos para viver realmente as emoções talvez sejam falsos ou verdadeiros, vai saber, e são usados para representar algo como se fosse real.
Concluo então que eles são os mais enganados das próprias enganações.
A nossa atuação na vida real não tem ensaio, script ou mesmo rascunho.
Se errarmos, erramos. E se acertamos, que bom.
Podemos até tentar novamente, mas o tempo da primeira tentativa já vai ter sido em vão, apesar de que nada é em vão nesta vida e tudo se tira um proveito. Como vários dizem por ai, depende da visão.
Quando se observa um copo de 100 ml com somente 50 ml de água me pergunto:
O copo está meio cheio ou meio vazio?
Talvez esta seja uma das grandes questões, sempre relembrando que tudo é relativo. Nós somos relativos, complexos, insatisfeitos e... Humanos.
Ser um humano é muito mais que ter o nome da espécie, ser um humano é muito mais que ser bom.
Mas não é importante tal assunto, nem mesmo meus loucos pensamentos, importantes são.

O TEMPO...



Os dias são curtos e longos simultaneamente dependendo do ponto de vista. Os amores são intensos ou serenos, eternos ou momentâneos tão incertos quanto o tempo, o nosso tempo. O relógio é preciso, mas não acompanha nosso tempo e precisamos de tempos iguais aos nossos, para não ser como o tempo de uma máquina como o relógio, afinal, ser humano é mais complexo que um relógio suíço com milhares de engrenagens. O tempo é intangível e infinito, “metrado” pelo homem exerce força ao físico. Manter uma harmonia tempestivamente de origem virtual é difícil, e viver em função das horas (unidade de tempo) é sempre um sacrifício, há dias em que o corpo e a mente não obedecem ao pensamento. Com tanta dificuldade criaram um tempo universal, onde cada um faz o seu, mas obedece a um que é principal. Até Deus tem seu tempo, que é especial. O tempo de Deus é eterno, não tem a pressa mundana para se fazer na vida de todos. Nossa mente é incapaz de compreender tamanha grandeza celestial. O tempo em si é uma medida entre fatos naturais como o nascer e o por do sol, as mudanças de estações, mudanças da lua, ciclos naturais que acreditamos serem únicos, harmoniosos e repetitivos. Eu não acredito que ele (o Tempo) exista de fato, mas mesmo assim nele eu vivo.

4 de abril de 2010

O MENINO DIPLOMATA

Andando pela rua fui eu, cansado de tanto ser sentei na praça perto da igreja. O sol brilhava, e as sombras das árvores refrescavam as costas que já queimavam de tanto calor. Sem nada a fazer inspirava e expirava com os olhos fechados, tranqüilo e relaxado e do nada um barulho danado veio a soar: braumn!
Logo, abri os olhos meio assustado e pus-me a observar o acontecido ainda assentado. Um homem havia batido seu carro na carrocinha do amigo pipoqueiro. Acidente nada grave, nem amassou as duas maquinas, mas derrubou pipoca no chão. Como todo acidente, os acidentados levaram a mão na cabeça e começaram uma discussão que quase sempre não leva a nada. Ainda sentado, observei um menino que estava sentado no passeio logo em frente do acidente, mas do lado ao contrario da carroça de pipoca, do outro lado da rua. Pensei logo, como estava com os olhos fechados não posso ser testemunha e resolver o impasse de quem estava certo ou errado. Mas aquele menino com sua pipoca na mão era uma testemunha valida naquela ocasião.
O homem do carro falava: “O pipoqueiro desastrado, onde coloca a carroça de pipoca? No meio da passagem dos carros, vai pagar o arranhão do meu carro”. O pipoqueiro ainda calado olhava o prejuízo das pipocas no chão, mas não chorava que nem o motorista do carro. E, ainda calado pôs-se a varrer as pipocas perdidas enquanto o homem do carro ainda chiava do seu lado.
O menino do outro lado olhava atentamente a discussão, nem piscava parecia estar assistindo um filme de bang-bang na televisão. A cada minuto que o pipoqueiro ficava calado, o motorista ficava mais zangado, nervoso pedia reação pra solucionar o fato acidental. Até que o pipoqueiro disse com uma voz angustiada: “Asno! Você é um asno, não um motorista. Vai pagar toda a minha pipoca perdida, além de uma indenização por quase ter me atropelado, se não chamo a polícia”. Fiquei assustado com a voz ofensiva do pipoqueiro, e ainda achava aquele homem sereno, engano meu.
O bate boca continuou, e os xingamentos continuaram, e o menino ainda olhava tudo com interesse danado, mas sua pipoca acabava à medida que ia comendo.
Os dois envolvidos no acidente de tanto discutirem começaram as ameaças, dizia o motorista: “Pipoqueiro infeliz, vou quebrar seu nariz com um soco bem dado”, e revidava o homem das pipocas, “Pode vir asno, além de pagar meu prejuízo vou chutar seu bunda de cavalo”. Cerraram os punhos e ensaiaram um combate, não havia mais ninguém na rua, só eu, os dois brigadores e o menino que já estava as gargalhadas, e ainda sem ser percebido pelos envolvidos no fato ocorrido. Um anda pra esquerda o outro pra direita, olhavam olho no olho, estava decidido, haveria a briga.

Não acreditava na confusão que assistia, mas o bote foi armado e os dois estavam pra briga. Logo quando o primeiro soco ia ser dado o menino que ainda estava sentadinho no meio fio da rua, ainda sem ser percebido, deu seu grito: “Poodeee Paarar!”. Os dois homens assustados com o grito pararam a briga e olharam urgente para o menino sentado, e sem entender o pipoqueiro perguntou: “Quem é você menino, pra interromper uma briga, não esta vendo que isso é assunto de gente grande?”. O menino sem se sentir intimidado foi logo falando: “Desculpa senhores, não queria interromper momento tão importante para o fato acidental, mas é que tem algo errado na briga dos dois”. Realmente não entendi a atitude do menino, nem os dois brigões. Olharam um para o outro e sem entender nada o questionaram: “Menino atrevido, o que acha estar errado na nossa briga? É tão pequeno que não sabe nem a hora que esta com fome.” O menino começou a rir da situação e deixou os dois senhores ainda mais zangados, mas agora não por causa do acidente, mas pela intromissão do menino. Então o pequeno disse: “Senhor pipoqueiro, pra falar a verdade eu estou com fome, e queria mais pipoca, porque a minha acabou. E onde já se viu uma cena destas, de cinema, sem pipoca?” Sem saber o que fazer o motorista disse ao pipoqueiro: “Pegue logo a pipoca pra esse menino pra gente resolver nosso problema”. O menino meio constrangido passou a moeda ao pipoqueiro pedindo desculpa pela intromissão. Mais constrangido o pipoqueiro foi na carroça encheu um saco e deu ao menino e voltou à posição, e disse: “De onde paramos?”, o motorista ainda nervoso disse: “Estava prestes a te dar um soco pipoqueiro folgado”. O ring estava armado e os dois lutadores posicionados, quando o clima de luta voltava e a briga estava prestes a explodir em socos e pontapés, o menino novamente gritou: “Paaraa tuudooo! A pipoca ta sem sal, isso mais parece comida de hospital, assim não dá pra assistir.” O motorista ficou mais nervoso ainda, gritou com o menino: “O menino não ta vendo que ta atrapalhando? Isso não é cinema é real, depois te pago um monte de pipoca, mas agora deixa dar umas porradas e resolver esta confusão”. O pipoqueiro ficou olhando desfazendo do motorista e ainda em posição de briga. O menino calmamente disse: “Me dê às pipocas prometidas agora, que eu deixo o pipoqueiro em paz pra vocês resolverem suas confusões”. O motorista nervoso tirou a carteira, pegou o dinheiro e deu ao menino dizendo: “O pirralho some daqui e vá comer pipocas em outro lugar”. O menino rapidamente disse: “Só mais um minuto senhor motorista e senhor pipoqueiro”, o menino levantou foi perto da carroça enquanto os dois homens olhavam, com sua camisa de algodão limpou o arranhão do carro, chegou perto do pipoqueiro, disse: “Aqui está o dinheiro das pipocas que caíram no chão, pronto resolvi a confusão, boa tarde pros senhores e desculpa novamente a intromissão”.
O menino saiu rindo e cantarolando, andando pela rua. Os dois brigões olharam um para o outro e ficaram sem reação, pediram desculpas um para o outro, e sem graça decidiram acabar com a confusão. O motorista entrou no carro e foi embora, e o pipoqueiro foi vender suas pipocas. E, eu, rindo por toda aquela cena, pensei alto: “Ô menino diplomata!”

O VIZINHO


- Toc! Toc! Por favor, abre, é urgente!
- Só um momento.
- Por favor, é urgente. Toc! Toc!
- Pronto, porque a pressa? O que aconteceu?
- Eu creio que estou louco, isso mesmo estou louco, e não sei o que fazer. Você tem que me ajudar.
- Entre, sente-se no sofá que vou pegar água para você...
- Não precisa, não estou com sede, eu estou ficando louco...
- Certo! Certo, mas se acalma, e conte. Por que você acha que está louco?
- Aconteceu algo muito estranho, acordei todo molhado e não me lembro o que aconteceu.
- Ah! Se o problema é este já sei o que lhe aconteceu, seu mijão.
- O que está querendo dizer com “seu mijão”, não é possível que pensas que nesta idade seria capaz de...
- ...mijar na cama, lógico! Esta é a resposta pra sua loucura.
- Desta maneira tu me ofendes, não sou mijão, e já tenho idade o suficiente pra saber das minhas vontades e necessidades.
- Tem certeza? Não sentiu um cheiro estranho?
- Chega desta história, não sou mijão. Penso que alguém me molhou, era água que jogaram em mim.
- Mas quem seria capaz de invadir o seu quarto só pra te molhar? Realmente você está louco, mas vamos pensar. O que mais pode ter acontecido?
- Não sei oras, se soubesse não tinha vindo te perturbar. É estou louco, vou me internar, ainda sonhei que estava mergulhando e acordei molhado, realmente a loucura tomou conta de mim.
- Pare com isso, já sei! Você é sonâmbulo, aposto que foi caminhar pela rua, enquanto dormia nesta madrugada e pegou a chuva, e foi dormir molhado.
- Sonâmbulo é loucura? Claro que não, seu burro. Não sou sonâmbulo, sou um louco.
- Como que você sabe que não é sonâmbulo?
- Muito simples espertão, ontem não choveu, lá fora está tudo seco, fora o seu jardim.
- Hum! É mesmo, fui molhar as plantas do jardim, pois estavam secas demais, estou percebendo que seu problema é loucura mesmo...
- Não! Não é possível, vou ter que me internar, ai meu Deus!
- Talvez sua loucura seja branda, não seja grave... Quem sabe vai poder conviver normalmente com a nossa vizinhança, só vai ter que usar aquelas camisas de louco.
- Não é possível, minha irmã quando ficar sabendo da minha loucura vai ficar arrasada.
- Em falar em sua irmã, hoje de manha ela estava com um vestidinho que sai fora de mim.
- Seu safado, sorte sua que ela não gosta de você...
- Bem que você podia me ajudar com ela.
- Calma ai! Você viu minha irmã na hora que molhava seu jardim?
- Sim, por quê?
- Ah! Eu te mato, pra você não ficar mais molhando as pessoas, seu pilantra, ainda queria me internar...
- Uai! Do que esta falando? Eu não molhei ninguém, você está louco mesmo.
- Eu dormi com a janela aberta, e você me molhou quando olhava minha irmã de vestido, eu realmente te mato.
- Que bom vizinho, você não está mais louco, te curei! Me dê um abraço!

3 de março de 2010

Sobre o CREDO DOS SAMURAIS...

Um lutador não teme qualquer desafio, nem mesmo a morte ou as disputas que acontecem constantemente dentro da sua consciência. A luta travada do bem e mau, certo e errado ou das decisões sem uma polaridade definida, na qual, a primeira ou a segunda opção são parcialmente boas e ruins é pior luta a ser travada e por isso enfrenta com retidão.

Ser lutador é estar constantemente preparado e em busca constante de preparo, converter e transformar fatos negativos em motivos para se vencer, aprender a lutar não é competir ou disputar, mas sim aprender a vencer mesmo em uma aparente derrota.

Quando um lutador encontra o seu equilíbrio, todo o mundo se transforma em uma arma a ser utilizada e não existe o impossível, seu corpo em conjunto com a alma e o espírito cria uma armadura intransponível por qualquer arma. A sua força não precisa de motivos externos, sua calma é a maior arma em conseqüência de sua capacidade sem limites. Quando todo esse círculo harmonioso e em equilíbrio é sustentável e crescente percebe-se que sua base é o amor.

O lutador ama, ele não ama só o que faz, mas ama o mundo e todos os seus desafios e adversários, pois sem eles não haveria vitórias nem desafios. O respeito é uma prova de amor coesa e consistente à sua honra e a sua verdade que são os atos que o preserva como um escudo. A dignidade de entrar numa luta em condições iguais é pra verdadeiros lutadores, pela concentração em seu comportamento, pois o único inimigo é a distração.

O impossível não existe e o medo não faz parte do seu mundo. A coragem é todo o seu corpo, e o que liga ao próximo é a extrema humildade de saber que sempre é menor que qualquer outro e com o amor próprio sabe ser maior do que qualquer desafio. Como um bambu é flexível e resistente, sempre adaptável vence ventos e temporais invencíveis.

Lutar não é o momento físico do combate, mas todos os processos que seguem desde antes da decisão se é certo lutar ou não. Ser lutador não é um momento e sim toda uma filosofia de vida que pode ser ou não adotada, como a origem Budô dos Samurais o objetivo não é ganhar batalhas, mas vencer a vida!

16 de fevereiro de 2010

REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO PACATO...


Senhor José Tuteles Ferreira Platôs tinha 85 anos, já velho não tinha família, morava sozinho. De estatura mediana e cabeça branca Seu Zé, como era conhecido, todos os dias caminhava até um banquinho no alto do morro, em frente à igreja numa praça da cidadezinha do interior em que ele morava. Na mesma hora, hora de Ave Maria, ele começava e recomeçava sua procissão de todos os dias, pra não mancar usava uma bengala preta com listras marrons de couro, e sempre andava devagar. Cumprimentava a todos e todas que via onde passava, Seu Zé era muito querido, era padrinho de mais da metade dos meninos da cidade. De compadre e comadre ia dizendo “oi” e perguntando “como vai à filharada?”, sempre sorrindo ia subindo o morro da Santa Igreja em sua Via Sacra diária. Chegando lá reverenciava a cruz, observava a igreja e começava a exercitar seu exercício que não era físico e muito menos como o de escola ‘para-casa’, Seu Zé exercitava sua mente em seu raciocínio na dialética confrontada. Para ele pensar era existir, sem raciocínio a vida não era aproveitada. Em sua volta aglomeravam jovens e senhores adultos para confrontar em questionamentos e o seu conhecimento indagavam. Aquele senhor já velho se fazia presente naquela sociedade, forçava os pensamentos daquele povo feliz e pacato, discutiam felicidade, liberdade, amor, justiça e vários outros assuntos que talvez não tivesse uma só finalidade. As pessoas o respeitavam por que ele não dizia ou afirmava o que era e o que devia ser, valorizava seu semelhante e o pensamento alheio. Fomentava discussões de anos em dias inteiros, criava opinião, disseminava conhecimento, naquele banquinho de interior todos conheciam desde o Japão e o mundo inteiro até o Planeta Plutão e o Universo findo. Seu Zé não sabia “nada de nada” como ele próprio afirmava, e mesmo assim produzia conhecimento no “Porque?” que ele perguntava, nas histórias e textos de outras pessoas que ele contava as crianças, um passaporte de viagem pelas entrelinhas e letras. Quem não gostava daquele movimento revolucionário do conhecimento pacato era o Prefeito, Senhor Paulo Sofis Malhado, ele achava aquilo tudo besteira e perda de tempo e dizia “vocês produziriam muito mais, ganhariam muito mais se parassem de jogar papo fora nesta praça e começassem a trabalhar no serviço pesado”. Quando questionado da opinião contrária do Sr. Prefeito humildemente Seu Zé argumentava “o alimento que o corpo precisa são contáveis as medidas necessárias, entretanto, o alimento da alma pode ser imensurável e sem medida, o que acham desta tal afirmativa?”. A cidadezinha prosperava, já tinha cientistas de diversas áreas, doutores, escritores, artistas, poetas e poesias, obreiros, e donas de casa felizes e dedicadas a criação dos pequenos filhos da cidade pacata. O seu Prefeito já entendia que Seu Zé só ajudava a cidade com seu talento em filosofia, mesmo não sabendo como tudo aquilo funcionava, sentiu-se vencido pelos resultados e parou de dizer críticas infundadas, passou a declamar poesias e a praça da igreja freqüentar. E, Seu Zé apesar de sozinho não se sentia assim, porque sua casa não era vazia pela falta de uma família e nem paredes havia. Pois no seu coração cabia uma cidadezinha inteira como sua casa e todos que lá moravam eram toda a sua família.