25 de janeiro de 2013

SOU QUATRO, SOU QUARTO SOU


Percebo que já sou mais,
Existo por meio de objetos,
Por desejos, pessoas.
Meus sonhos já não são só meus.
Percebo que acumulo no que sou.
Tantas coisas, papéis, objetos.
Tenho jogos de botão, pedras, cartas.
Bilhetes, fotos, brinquedos...
Meus carrinhos, meus versos.
Meus livros, meus, só meus.

Sou um acumulado poético.
Um quarto bagunçado...
Visto por todos como inimaginável,
Sou eu, o louco e desarrumado,
incompreendido cômodo.
Incomodo de todos que assustam,
E não compreendem do que é feito
Uma existência multivariada forma.
Sou de fato mistura, do todo, do eu,
sou meu, sou fato, sou ato...
E até mato tenho guardado...
Sou arte, sou de marte terráqueo.
É isso, incompreensivelmente!

17 de janeiro de 2013

CONVITE A PENSAR...


Passa o vento, passa forte, leva o que tinha,
deixa o que falta, falta o que o rodeia...
daquele que fazia de tudo um novo conceito.
Por que não se pensa o por quê? Por quê?
Falta isso, falta aquilo e sobra espaço...
Vazio mundo vazio, então acontece.
Sobra o espaço...
Sobra lugar pra aquilo...
Aquilo passa ser problema, que não existe.
Ou não existia?  
Não deixa criança!
Não deixa jovem! Não deixa...
Não admita que deixem seu futuro ser falta,
Não admita que só o espaço é que sobra,
Não seja o que eles querem que você seja.
Pensa o todo.
Situa  no entorno.
Critica você mesmo.
O que faz ou precisa fazer pra ser,
pro outro aquilo que necessitam de você?
Busca o que falta, espaço vazio preencha!
Seja por inteiro o todo em tudo que o rodeia...
Não morra por falta, nem sobre por beira.

15 de janeiro de 2013

MAR DE ESPERANÇA...




Num só inspirar a brisa do mar
Invadiu o peito que se encheu
Já com o peito cheio de 'esperança'
Ele expirou em um só instante
Mas algo já não era o mesmo

Gracioso amigo lhe perguntou:
“ Será que a brisa do mar,
Pode se chamar esperança?”
Outrora perspicaz amigo respondeu:
“Tão correto estás que podes fazer,
dar o nome quaisquer à aquilo
Que só sente e não o vê”

Tão certo estava este que o disse
Que o peito que se encheu daquilo
Esvaziou-se totalmente do ar
Restando tão só a 'esperança'!

PÁGINAS DE MEDO

Tenho medo das páginas em branco,
Assusta o que nelas podem existir
E que a partir delas podem coexistir
E na realidade material se fazerem
E na vontade irreal arrepender-se

Do que um dia foi desejado, pensado.
Podendo ser esquecido, abandonado
Deixando de ser escrito, registrado
Passando a ser omitido, evitado
Antes mesmo do feito, 
ganhou-se o medo!

11 de janeiro de 2013

CAFÉ...

Sinto o cheiro de chuva preenchendo o ar,
bebo o café que evapora quente, e vai.
Olho as árvores e barulhos da mata de pedra!
Concreto, asfalto, féras que buzinam e freiam,
aceleram, se guerreiam por espaço.
Parado só ouço barulho a barulho...
Entre goles no café que saboreio, minuto.
Por que não fui eu que compus aquela música?
Por que não fui eu que atuei naquele personagem?
Por que não escrevi aquele livro dramático?
Então me lembro que não sou de todo arte,
talvez nem seja a minha menor parte...
Condenado a conceitos teóricos e aplicáveis.
Sou mesmo burocrata amigo do processo,
e em muitas vezes inimigo da liberdade!
Sorte que em tudo ainda penso e penso...
Gole a gole do café que saboreio, acabou.
Neste minuto se passou, entre momento,
naquilo que ainda não sou, volto a ser o mesmo.
Vejo por que então escrever, insisto e persisto.
Necessito externar aquilo que não se vê em mim.
Da matéria essencial dos sonhos que sou feito.