Percebo que já sou mais,
Existo por meio de objetos,
Por desejos, pessoas.
Meus sonhos já não são só meus.
Percebo que acumulo no que sou.
Tantas coisas, papéis, objetos.
Tenho jogos de botão, pedras, cartas.
Bilhetes, fotos, brinquedos...
Meus carrinhos, meus versos.
Meus livros, meus, só meus.
Sou um acumulado poético.
Um quarto bagunçado...
Visto por todos como inimaginável,
Sou eu, o louco e desarrumado,
incompreendido cômodo.
Incomodo de todos que assustam,
E não compreendem do que é feito
Uma existência multivariada forma.
Sou de fato mistura, do todo, do eu,
sou meu, sou fato, sou ato...
E até mato tenho guardado...
Sou arte, sou de marte terráqueo.
É isso, incompreensivelmente!